Não entendo as pessoas que julgam, que apontam o dedo na cara, pra depois morderem a língua e fazerem tudo o que condenavam antes. Quem cospe pra cima, cai na cara; e isso tem acontecido demais por aqui.
É impressionante a quantidade de piadas as vezes sem graças, as vezes ofensiva, em relação ao funk e/ou funkeiros nas redes sociais. Todo mundo critica, todo mundo condena, todo mundo odeia. Mas quando vão numa festa, e o DJ toca Mr. Catra, Valeska Popozuda, Os Hawaianos, e o raio que o parta, todo mundo dança, todo mundo se anima, todo mundo curte. Concordo com a opinião das pessoas que o "Funk" tem músicas apelativas, que denigrem a imagem da mulher. Mas não é só o funk, o sertanejo tem, o axé tem, o pagode tem. Quer um exemplo? Gino e Geno - "mulher que não dá, voa" ou "eu já fui de você" (é só cantar rápido pra encontrar a malícia). Tem também no pagode: "toda vez que eu chego em casa a barata da vizinha tá na minha cama", no axé: "o pinto do meu pai, fugiu com a galinha da vizinha", e na música internacional também: Katy Perry - "I wanna see your peacock", tradução, "Eu quero ver o seu peru". Entre tantas outras músicas que não vou citar aqui. São músicas engraçadas e divertidas, mas que tem duplo sentido completamente malicioso. Da mesma forma que existe muita putaria no funk, existe muita putaria em todo o resto.
Mas o funk não é só baixaria não, existe música boa, sem malícia, sem mensagem subliminar ou coisa parecida, Mc Sapão, Mc Léozinho, Mc Marcinho, Mc Koringa, são exemplos de cantores que cantam músicas para todas as idades.
A prova de que muitos os que criticam, curtem esse estilo de música, é o surgimento de um novo ritmo, o "Funknejo" que nada mais é que letras de funk com uma pegada sertaneja e a batida do funk. O que eu mais vejo por aí, são cowboys e cowgirls curtindo Cácio e Marcos, cantando e dançando: "Sou Foda", Tá Tarada", "Pentada Violenta" e muitas outras músicas que originalmente são funks.
Acho que o preconceito maior com esse ritmo, é devido ele ter surgido lá nas favelas, em cima do morro, com gente pobre e humilde, que não tem vergonha de suas origens, coisa rara por aqui, muita gente deixa de comer pra comprar um tênis de marca, tá cheio de dividas mas paga de rico por aí. Infelizmente, pra muitos ser pobre é motivo de vergonha.
Concordo também, quando falam que baile funk é pura orgia, pelo menos é o que mostra a televisão, (mas acredito que deve ter exceções). Piriguete tem em qualquer lugar e em todos os ritmos, eu mesma já cansei de ouvir histórias de amigos meus que pegaram não sei quem, levou pra não sei onde, pra fazer sei lá o quê, em festas que só toca música sertaneja, ou pagode. Tá, tudo bem, dizem que nos bailes funks eles fazem ali na sua frente mesmo, mas e daí? O que eu, você e o resto do mundo tem a ver com isso? Cada um que cuide da sua vida, cada um que cuide do seu futuro.
Não critico quem não gosta de funk, pelo contrário, todo mundo tem seus gostos e opiniões, e meu total respeito. Critico quem finge não gostar, mas nos finais de semana à noite sai com o som do carro no último ouvindo funk; critico quem enche a boca pra falar das letras e das orgias, mas escuta músicas com letras igualmente apelativas, frequenta zonas e acessa sites pornôs; critico quem critica as mulheres que dançam funk, mas fica de pau duro vendo elas dançarem; critico quem se faz de santinha, mas nas festas bebe todas e pega todos; critico quem espalha aos quatro vendos que odeia funk, mas quando vai à uma festa e o DJ solta o batidão, rebola até o chão.
Quem não gosta, não ouve, não dança; se está em uma festa e toca a música, vai no banheiro, vai beber alguma coisa, vai descansar, vai embora; mas não desce até o chão. Alô hipocrisia. Gostar e fingir que não gosta só porque a sociedade descrimina, é ser alienado.
Eu gosto e assumo, e nem por isso sou uma vagabunda como as pessoas costumam julgar mulheres que curtem esse ritmo. Sou romântica, sou sensível, sou meiga, acredito no amor verdadeiro e danço funk, sem me esfregar em ninguém, é claro. Danço sozinha, livre, leve e solta, odeio homem que tenta encoxar, danço no meu canto sem ninguém invadir o meu espaço. Danço até onde a minha roupa me permite, sem fazer posições ginecológicas, sem mostrar o útero. A dança é sexy, e não vulgar. Nunca fui em um baile funk, minha cidade não tem isso, mas confesso, adoraria ir em uma favela, subir o morro, descer até o chão. Sair da mesma forma que entrei, intacta, intocada. Tenho meus conceitos, e putaria definitivamente não é comigo.
Pessoas com mente fechada, acham que só mulheres vulgar gostam de funk, não acreditam que uma mulher decente, delicada, de família e bem criada possa gostar de um ritmo tão provocante. Já até me julgaram, falaram que era feio eu escutar esses "tipos de musicas", mas eu não me importo e nunca me importei com a opinião alheia, sou verdadeira e assumo, adoro funk, diferente de muitos que são covardes e não tem coragem de assumir seus próprios gostos.
E pra fechar, um trecho da musica do Amilcka e Chocolate, que resume bem tudo o que escrevi: "É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado".
Amanda Sanches
Minha linda, todos nós temos um gosto e um espaço na vida.
ResponderExcluirBjo no coração.
De uns anos pra cá, fui amadurecendo e parando de julgar as pessoas. EU "JULGAVA" e os "CONDENAVA" por tais atos ou gosto.
ResponderExcluirMe professor de história disse que Funk é uma putaria que só, mais tem o momento certo de se ouvir, ou seja numa festa, onde o bicho come solto.
Porque realmente, qual a graça de tocar musica clássica em uma balada? kkkk
Adorei seu post.
Poxa, adorei seu texto Amanda, disse tudo! Parabéns pela autenticidade! É isso mesmo, não é um ritmo musical que vai dizer quem a pessoa é, mas sim, o caráter.
ResponderExcluirBeijos
Passando para visitar o blog e amei o post.
ResponderExcluirEu tava com saudades daqui!
Beijinhos!
Seguindo, amei teu cantinho, muito lindo.
ResponderExcluirPostei um texto teu: http://mylostworldjm.blogspot.com
Tenha uma boa tarde.
nossa... vc fechou o texto de maneira unica... adorei e concordo.
ResponderExcluira questão é o que o Raul Seixas disse: "eu avalio o preço me baseando no nível mental que voce anda por aí usando" é certo que nem todo funkeiro e pagodeiro é burro mas é fato que a maioria que vemos é escrota, ja fui em baile funk e odeio a musica, mas é bom ficar grudado em mulher gostosa, as letras nao acrescentam nada, é diversão vazia...ja fui e iria de novo é só diversão nao é pra pensar, é pra grudar e sentir tesão nao pela musica
ResponderExcluirQueridas amigas
ResponderExcluirPenso
que enquanto
não aprendermos
que um País continental
como o nosso,
possui muitas culturas
e muitas formas
de dar vazão a esta cultura,
perderemos muito
com os preconceitos
que nos habitam
desde o passado.
Desejo que os teus sonhos
Espalhem o belo pelo mundo...
Ola, tudo bem?
ResponderExcluirPassando aqui para avisar que a enquete no meu blog, de qual foi o melhor texto da promoção a little bit of my life, já começou. Lembrando que quem tiver mais votos terá um mês de destaque no meu blog. Boa sorte.
Beijos e otima semana.
http://mylife-rapha.blogspot.com
Adoreiii... além de engraçado, reflexivo e verdadeiro. Nossa também adoro um funk é incrível como a festa muda com ele, anima a energia contagia. E todo mundo dança e se diverte. Um NÃO bem grande pra hipocrisia!
ResponderExcluirBom.. eu não gosto! Mas como vc disse, quem não gosta, não ouve, não dança, não vai às festas. E eh isso q eu faço. Tbm não vou ficar criticando, afinal, cada um tem o direito de gostar daquilo que bem entender.
ResponderExcluirBjus, flor!
Falou e disse. Chega uma hora que a gente cansa desse papinho fútil de quem quer ser pseudo-intelectual.
ResponderExcluirAdorei. ;)
Passando pra lhe desejar uma semana abençoada. Obrigada pelo carinho no nosso blog. Sua visita sempre será bem vinda!
ResponderExcluirBeijosmil ;*
http://o-que-ninguem-ve.blogspot.com.br/