sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Não seja um pau no cu



Não seja pau no cu.
De todos os conselhos que eu tenho pra dar, esse é o mais importante.
Talvez você seja apenas um universitário comedor de miojo que precisa escolher entre comer coxinha ou pagar a xerox, ou quem sabe, você seja um jovem trabalhador exausto sem vida social, sem dinheiro e sem disposição pra nada; o fato é: com muita sorte e o triplo de esforço, talvez um dia você chegue lá e alcance os seus objetivos. E quando esse dia chegar, por favor não seja um pau no cu, não se esqueça das suas origens. Ninguém tem o direito de gritar, menosprezar, humilhar seu funcionário só porque é o “chefe”. E por falar em chefe, esses dias li uma publicação sobre a diferença entre chefe e líder, que fala basicamente o seguinte: o chefe é o cara que só saber urrar com seus funcionários, que desmotiva a todos com seu comportamento nada convencional, já o líder seria o cara legal, que sabe conversar, que incentiva seus funcionários a crescerem, ganhando assim o respeito de todos. Você, pau no cu, espero que jamais precise descer alguns degraus na vida e encontre outro pau no cu pra berrar com você. Espero principalmente, que você se humanize. Não importa se você está com problemas, não importa se sua mulher “dormiu de calça jeans”, nós meros e pobres mortais também temos uma infinidade de problemas do lado de fora da sua empresa e nem por isso chegamos as 08:00 da manhã espalhando grosseria pela firma. Não seja um pau no cu, não importa o tanto de dinheiro que você tenha no banco. A pessoa que sabe falar com o próximo, ganha respeito, ganha admiração, ganha o mundo. Pra tudo existe uma forma de falar. Quando você trata o outro com educação, você o motiva a vestir a camisa da empresa, no entanto, quando você exige tudo na grosseria acontece totalmente o contrário. Já dizia minha avó: “educação vem de berço”; mas eu digo aqui, que educação é questão de caráter, não adianta nascer em berço de ouro se você tem espírito de porco. Quem nasceu pra ser chefe, jamais será um líder.

Amanda Sanches

@amaanda.sanches

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Carta ao Noel


Querido papis, tudo bom?
Sei que deve estar estranhando não ter recebido nenhuma notícia minha no último Natal, mas é que dessa vez não quero pedir nada, por isso deixei pra escrever esta carta para quando o Senhor estivesse bem longe, curtindo suas férias no polo norte.
Desde o natal de 2015 muita coisa aconteceu na minha vida, o Senhor não faz ideia. Coisas boas. Coisas ruins. Aprendizados. Conquistas...
Lembra que eu havia perdido meu emprego e vivia apenas para me afundar nas mágoas do desemprego? Pois bem, comecei 2016 com tudo! Logo no primeiro dia de 2016 me bateu vergonha na cara + coragem + banho de realidade e resolvi voltar a estudar. Resultado disso? Estou no 3º ano de Pedagogia (sabemos que não era bem o curso que eu queria, mas foi o que tinha na minha cidade e  o que deu pra fazer). Depois disso viajei, (você sabe que isso é o que mais amo fazer da vida), e quando cheguei, semanas depois consegui um emprego de recepcionista/caixa/faturamento/Severina. Lá no final de 2016 emagreci 10 kg do dia pra noite, estava me sentindo a bela e magra até um examezinho maldito de furar o dedo identificar uma Diabetes. Meu mundo caiu papis, logo eu? A doida do refrigerante, a taurina comilona, a zé lanchinho. Confesso que já voltei com meu peso de tiranossauro rex sedutor. E a diabetes? Bem, não vamos falar dela agora né...
Em 2017 o roteiro seguiu quase o mesmo, viagens, estudos, trabalho, blábláblá, a diferença é que graças ao meu bom Deus parei de andar de a pé e de busu (ah, paguei o carro da minha irmã que havia batido, lembra? e sigo tentando não bater em mais nada.. só uma rezinha meio cagada um dia desses e uma encostada de leve numa caçamba, mas tá tudo bem). Conquista essa que me traz muito amor e muita dor de cabeça também, afinal assumir uma dívida ás vezes estressa pra cara#%@, principalmente quando se trabalha com algo/alguém que não se gosta muito. Mas tudo bem, isso é assunto para um outro momento. Enfim, e foi principalmente este último ano que me levou aos meus erros, ao aprendizado, e uma porção de consequências malucas e constrangedoras e tristes e constrangedoras de novo.
2017 foi um ano que, sobretudo me mostrou que algo que não está bem resolvido, pode abrir portas para algo novo. E o novo se você não estiver realmente preparado para recebê-lo de peito aberto com tudo o que vier junto com ele, pode ter certeza: é problema na certa. Eu não estava pronta para o novo. Eu não queria que o novo entrasse na minha vida. Lembra que no final de 2015 eu te pedi “pó de pirlimpimpim” para o meu cupido? Era apenas isso que eu queria. E não veio. E com isso entro no assunto que provavelmente você papis, estava a fim de saber: o meu relacionamento! Sim, te adianto de antemão que estamos juntos. Aos trancos e barrancos, mas estamos.
Passei 2016 inteirinho engolindo sapo, matando as borboletas no estômago pra dar de comer para as mágoas. Chegou 2017 e eu estava até o pescoço de tristeza e mágoa. Foi aí o meu erro, ao me calar deixei algo mal resolvido, com isso deixei a porta aberta para o novo. Meu Deus que confusão! Fui ao fundo do poço e voltei. Não contente, fui ao fundo do poço de novo e resolvi ficar por lá, sem paciência pra escalar tudo de novo e voltar ao topo. Foi aí que o “mozão” provou por A+B que me amava e lá do alto jogou uma cordinha e me puxou de volta. Papis do céu, quanta confusão, quanto erro, quanto arrependimento, quanto sofrimento para todos os lados. Juro, não foi minha intenção! Eu só queria viver, sabe? O mozão me prendia em uma gaiola e não me deixava SER EU, não me deixava respirar, não me deixar ser livre. E como num reflexo, eu só quis me ver liberta, sentir a vida de novo.
Talvez seja por isso que esse ano não quis te pedir nada. Definitivamente N-Ã-O fui uma menina boazinha neste ano e mereço meu castigo.
No mais, experimentei coisas novas, conheci lugares, mudei cor de cabelo, depois mudei de novo, conheci gente, me diverti. Experiência, repito como um mantra, adquiri experiência.
Agora só quero que tudo volte a normalidade. Que tudo seja esquecido. Que eu possa viver linda e plena o meu relacionamento: sem ele me prender; sem eu me calar. Tudo resolvido, tim-tim-por-tim-tim. Que tenha muito amor, amizade, respeito e cumplicidade! Tô jogando pro universo.
Ah, e só pra te avisar, seu cupido fez cagada? Fez. Me ajudou a arrumar? Mais ou menos né, porque ele é bem preguiçozinho.  Ajudava, parava, deitava, dormia, fingia que não era com ele, depois me dava algumas ordens de como limpar a lambança e desse jeito foi... Mas óh? Ele é bacana, dei uma nova oportunidade pra ele, dê o Senhor também e deixe-o mais uma temporada comigo.
Acho que é isso Noel, peço desculpas por toda porcaria dos últimos tempo, acho que aprendi a lição. Quero paz. Só paz de espírito.



Ps: Noel, tô ligada que prometi não pedir nada. Mas sabe como é né? O ser humano nunca tá satisfeito com nada, e no meu caso, eu só queria que os meus planos dessem certo. Se puder dar uma mãozinha aí, serei imensamente grata! Beijos papi :*

Pra quem não leu: 1ª carta aqui, 2ª carta aqui, 3ª carta aqui

Amanda Sanches

instagram: amaanda.sanches

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Por causa do amor


O amor me fez prestar atenção nas pequenas coisas, nos seus olhos pequenininhos, no seu sorriso de cafajeste, no cacho atrás da sua nuca. O amor não me deixa enjoar do cheiro da sua pele, do gosto da sua boca, do seu toque. Por amor eu aprendi a gostar da sua ironia, a respeitar seu passado e a entender seu jeito as vezes ácido, ás vezes doce. Mas antes do amor chegar, eu já gostava do timbre da sua voz, da pele vermelha do seu pescoço, e das suas mãos. E Antes mesmo de se tornar amor eu já gostava da sua boca vermelha, do formato do seu maxilar, e do seu jeito divertido. Por causa do amor, eu aprendi a gostar ou pelo menos a conviver com a maioria dos seus defeitos. E eu nem sei direito se é amor mesmo e nem quero me precipitar falando demais. Não sei se é amor porque não sinto vontade de gritar pra todo o mundo ouvir EU TE AMO, mas sinto um desejo enorme de falar bem baixinho no seu ouvido: fica comigo pra sempre e vamos aprender a amar juntos? Eu posso não saber se é amor, mas tenho certeza que é da mesma família. Eu posso não ter certeza se é amor, mas acredito que se ainda não é, falta pouco para se tornar. Mas isso também não importa, dar nome aos sentimentos é coisa de quem precisa provar para todos uma coisa que nem sempre é como se fala. E eu não preciso de nada disso, prefiro continuar te amando aqui quietinha, sem nem mesmo saber o tamanho dessa imensidão que é gostar de alguém.

Amanda Sanches

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Depois de você


Sexta a noite, balada e alguns drinks. Nada demais, nada que eu já não esteja acostumada. Desde aquele dia em que nossas vidas tomaram rumos diferentes, todos os finais de semana são basicamente a mesma coisa. Lembro de quando você me mandava mensagem avisando que estava chegando com um filme pra assistirmos. O filme geralmente era chato e eu adormecia sentindo seu cheiro e o ritmo da sua respiração. Mas desde então minha vida social voltou a ativa. Nunca gostei muito de balada, você sabe. Quer dizer, isso era antes. Confesso que demorei um pouco a entender como tudo isso funciona. Parece mais uma dança onde todos ja sabem a coreografia: as meninas em sua maioria de salto alto, mesmo que a sapatilha seja bem mais confortável; os meninos em sua gola polo ostentando a chave do carro que provavelmente é do pai. Todos felizes. Não posso dizer que não gosto dessa sensação de liberdade e euforia. Mas se sou livre na balada a noite, um pouco antes de dormir meus pensamentos me prendem a você. E antes que pense que não, eu estou feliz sim. Quem não estaria? Meus dias agora são regados a muita alegria, algumas bebidas e incontáveis risadas. Tudo muito novo, tudo muito bom. Mas preciso admitir agora, antes que você se vá, eu te amei. Talvez ainda te ame. Pra sempre, quem sabe! Mas a vida lá fora me chama, e a gente sabe, com o tempo tudo vira lembrança. 

Amanda Sanches

sábado, 28 de janeiro de 2017

Meu melhor amigo




Tem dias que só de estar ao seu lado eu já fico bem, não é preciso dizer nada, só a companhia já basta. E você me "bate", me xinga, me dá broncas. Atura minhas crises, minhas loucuras, meus dramas. Me suporta sorrindo e me fazendo rir, tem coisa melhor? Eu sei que não. Seu abraço tem super poder, cura uma infinidade de males. E você me escuta, me ajuda, me abraça, cuida de mim. Do seu lado eu volto a ser criança, com sorriso fácil e brilho no olhar. É tão bom ter alguém que se preocupa de verdade. E com você eu posso ser eu mesma, sem máscaras, sem farsas. Só você sabe quem eu sou de verdade, sem julgamentos, você conhece a minha essência. Eu não preciso sorrir o tempo todo e fingir ser feliz sempre, eu posso ficar quietinha, chorando, de mal-humor, irritada, brava, que eu sei que você sempre estará ao meu lado. Só de olhar você já sabe quando não to bem. É tão bom ter alguém em quem confiar, e que confia e acredita em mim. Você é aquele amigo que eu vou estar sempre ao lado, te ajudando, te ouvindo, te dando broncas, te fazendo rir, retribuindo tudo o que já fez e ainda fará por mim. Você é meu irmão que me mima, me protege, me defende. Você é meu anjo protetor, meu fiel escudeiro, é colo garantido, é meu refúgio com data e hora marcada. Você é um dos motivos do meu sorriso. A gente se ama e ponto, um amor diferente, puro, sincero. Não te troco nessa vida por ninguém e eu sei também que você não vive mais sem mim. Há quem diga que não existe amizade verdadeira entre homem e mulher, mas eu sei que você eu posso chamar de meu melhor amigo. Meu melhor. Meu.

Amanda Sanches

Texto dedicado À Ruan Carlos Ferreira

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A regra é seguir em frente, se não der, enfrente!


Anda menina! Sai dessa cama. Arruma esse cabelo. Troca essa roupa. Enxuga essas lágrimas. Chorar não resolve, não muda nada, não traz ninguém de volta. Anda menina! Levanta essa cabeça. Endurece o coração. Engole esse choro. Manda essa tristeza embora. Amor não se pede, não se implora. Você não pode obrigar ninguém à te amar. Amor se tem, ou não. Anda menina! Acaba logo com essa esperança. Sai de perto desse telefone, ele não vai te ligar. Anda menina! Levanta esse astral. Joga fora essas lembranças. Para com esse drama. Eu sei que tá doendo, mas passa; acredita em mim. Anda menina! Tá na hora de virar mulher. Põe um sorriso no rosto. A vida continua, com ou sem ele. Você não pode ficar chorando a morte de um amor para sempre. Anda menina! Vai ficar trancada dentro desse quarto até quando? Vai, levanta! Da última vez foi a mesma coisa, você pensou que não ia superar e superou. Pensou que não ia mais amar e, amou novamente. Anda menina! Essa não é a primeira vez e, nem vai ser a última vez que você vai passar por isso. Anda logo menina! Sai desse quarto agora e se arruma, tem centenas de pessoas maravilhosas lá fora pra você conhecer.

Amanda Sanches

domingo, 13 de novembro de 2016

Dias felizes


Descobri que estou na melhor fase da minha vida. Depois de alguns tropeços, erros e palavras em vão, entrei em uma fase tão gostosa, tão batalhada, sabe? Porque se tem alguém que merece esse sossego, esse alguém sou eu. Só Deus sabe por onde andei, tudo o que vi, ouvi e o quanto eu senti. Só Deus mesmo, que esteve comigo em cada partida. E quase como num passe de mágica, eu amadureci. Chega uma hora da vida que a gente precisa parar de se lamentar; é seguir em frente ou nada mais. E foi assim, eu acordei, abri a janela do meu quarto e vi um dia lindo, um céu azul, a brisa batendo de leve nos meus cabelos, uma sensação gostosa de liberdade e aquela certeza de que não há mais tempo pra nada, além de ser feliz. Só quem já passou por dias cinza, sabe dar valor aos dias de sol. Mandei embora aquela nuvenzinha negra que pairava sobre minha cabeça e dei mais uma chance a vida, mas principalmente, dei mais uma chance a mim. Porque eu sei que mereço, e mereço muito. Confesso que demorei bastante pra chegar até aqui, dia após dia fui conquistando uma leveza, uma calma que jamais pensei que existisse. Conheci tanta gente bacana nesses últimos meses, tantos lugares novos que fizeram parte desse meu crescimento. Não existe nada mais gratificante, que encontrar amigos que te ajudem a carregar o fardo colocado sobre os seus ombros. E eu encontrei, e eles foram me ajudando, tirando aos poucos o peso e de repente eu me senti tão leve, tão livre, que não consigo me lembrar em que lugar do caminho que eu me vi liberta e feliz. Descobri que há tanta felicidade espalhada por aí, em forma de amigos, lugares, livros e família, que hoje eu já não me importo se a minha sexta-feira vai ser em algum lugar badalado rodeada de amigos, ou se ficarei em casa, na minha cama quentinha assistindo minha série preferida sozinha, porque aprendi mais do que nunca a gostar da minha própria companhia.

Amanda Sanches